Criminal, criminal, criminal, criminal
Mano, eu nasci desse jeito
A rua me fez ver a vida sem medo
Criminal, criminal, criminal, criminal
Ela diz: qual foi desse preto?
Ele diz: meu ouro parece suspeito
Da onde vem as notas? (Nota)
Da onde vem as joias? (Joia)
Madrugada, o trem-bala na estrada era tão (criminal)
Parece um carro bicho, não vê nada além dos vidros
Desacato é um negro rico com porradão de ouro de 1 quilo
(Orochi)
(Uh, uh, ah, uh, uh)
Por que tu é criminal?
(Uh, uh, uh, uh)
(Orochi)
(Ah, ah, ah, ah)
Por que tu é criminal?
Advogado com cachê de artista
Piranha querendo ganhar mídia
Vários contatos dentro e fora do crime
Mas na atividade com que se aproxima
Por isso eu mantenho o quadrado
Por isso eu mantenho a visão
Por isso eu tenho atirador
Por isso eles fazem plantão
Por isso que nós incomoda
Por isso nós é imortal
Por isso minha vida é mais cara
Por isso eles fala que eu sou criminal
(Uh, uh, ah, uh, uh, ha, ha, ha)
Por que tu é criminal?
Pouco tempo pra dormir
Uma gostosa mamando, tentando expulsar o meu ódio
Essas ruas dependem de mim
A raiva atrapalha, preciso ser lógico
Quem é de fora não entende
Acha que falamos por código
Eu não aceito perdão
Prefiro pagar seu velório (criminal)
Toda semana alguém é expulso por não entender esse jogo
Toda semana um polícia gritando, perguntando se eu me envolvo
Meu dinheiro é igual Cristo, multiplico e divido pro povo
Banditismo por necessidade, a cidade precisa, eu resolvo (criminal)
Três pretos milionários
Donos do próprio negócio
Isso é raro igual pai presente
Eu sou feito de algo diferente
Minha presença é quase uma bandeira
Tô no topo, nego, te esperando
Eu sei que cê chega (eu sei que cê chega)
Seis anos de pretos no topo
E ainda tem branco falando besteira
Criminal, criminal, criminal, criminal
Mano, eu nasci desse jeito
A rua me fez ver a vida sem medo
Criminal, criminal, criminal, criminal
Ela diz: qual foi desse preto?
Ele diz: meu ouro parece suspeito
Essa eu compus numa Lamborghini
Cortando avenidas de Miami
Mas, já escrevi cortando maconha
Pro boy que sempre vai pra Miami
Fiz minha carreira cortando a onda
De quem passa férias em Miami
E cortar pela metade a vida
De quem nem sabe onde é Miami (imortal)
Imortal, não que eu não vá ter um funeral
Mas minhas ideias vão me manter vivo, ainda que atinjam com parafal
Tipo, eu vi um mano livre dentro da cela e um mano preso no carnaval
Era uma eterna Quarta de Cinzas de manhã, ressaca moral
Nós nunca tá em cima do muro
Porque é lá de cima do morro
Daqui eu tenho mais visão de mundo
Sempre do lado certo, eu não corro
Achei que era o valor do meu carro
Só que hoje eu entendo o seu choro
O que nós conquistou é mais caro
Tanta gente cantando é em coro
Tamo pronto pra tomar de volta
Põe pra dentro da blusa seu ouro
Esse brilho aí no seu anel
É o brilho do suor do meu povo
Pelo seu filho, eu digo: de nada
Vai ser um menor menos escroto
Porque cresceu ouvindo meus papos
E não tu falando em dar pipoco
Ela diz que meu cheiro excita
Tu não entende porque ela te evita
É por que tu só pensa em contrato
Quando algo dá errado, tu grita
Eu, mesmo que no pouco, sou grato
O medo já foi faltar comida
E hoje tem restaurante querendo dar meu nome pro prato
É, coisas da vida! (Plow)
Criminal, criminal, criminal, criminal
Mano, eu nasci desse jeito
A rua me fez ver a vida sem medo
Criminal, criminal, criminal, criminal
Ela diz: qual foi desse preto?
Ele diz: meu ouro parece suspeito
Criminal, criminal, criminal, criminal
Mano, eu nasci desse jeito
A rua me fez ver a vida sem medo
Criminal, criminal, criminal, criminal
Ela diz: qual foi desse preto?
Ele diz: meu ouro parece suspeito
“Criminal” é uma colaboração poderosa entre Orochi, Djonga e Baco Exu do Blues, onde cada artista traz à tona sua própria visão sobre a vida nas ruas e o estigma que enfrentam como negros e bem-sucedidos no rap. A música discute temas como a criminalização da aparência e o julgamento que os artistas enfrentam por sua ascensão social, especificamente no contexto da criminalidade e da riqueza adquirida à margem do sistema tradicional.
O refrão repetido, “Criminal, criminal, criminal”, é uma reafirmação da identidade imposta pela sociedade aos artistas, sugerindo que, por serem negros e bem-sucedidos, são vistos como “criminais” ou suspeitos, independentemente de suas conquistas. A música faz uma crítica direta ao racismo e aos preconceitos enfrentados pelas pessoas negras que saem das periferias e alcançam sucesso, sendo ainda assim rotuladas de forma negativa pela sociedade.
Orochi, Djonga e Baco Exu do Blues abordam a luta pela sobrevivência, os sacrifícios feitos e as dificuldades enfrentadas para alcançar a riqueza. Ao mesmo tempo, eles falam sobre o sistema que os marginaliza e as dificuldades em viver uma vida legítima quando, por sua origem, são tratados como criminosos. Eles também discutem a percepção de sua riqueza e sucesso, que muitas vezes é vista com desconfiança ou rejeição, como no verso “Meu ouro parece suspeito”.
A música fala ainda sobre o conceito de imortalidade, com Djonga, por exemplo, refletindo sobre sua ideia de legado, onde suas palavras e seu impacto continuam vivos, mesmo que fisicamente ele não esteja mais presente. Baco Exu do Blues também faz uma crítica ao consumismo e à superficialidade do mercado, ao destacar a diferença entre seu sucesso e o vazio dos que não entendem suas lutas e conquistas.
A letra é uma reflexão sobre identidade, resistência e as realidades de quem cresceu em uma periferia, mas conseguiu triunfar contra as adversidades. A música é tanto um manifesto de resistência quanto uma expressão de orgulho de suas origens, apesar dos obstáculos e do julgamento da sociedade.
Informações sobre a música Criminal
Artista: Orochi Participação especial: Baco Exu do Blues e Djonga Álbum: Vida Cara Compositores: Baco Exu do Blues / Djonga / Orochi Gênero: Rap Data de lançamento: 2023 Vídeo oficial postado no YouTube em: 09 de janeiro de 2023
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