Tu já se perguntou o preço pra entrar na história?
Ou reparou como realizar nos revigora?
Lembrou que a cada noite, alguma nova mãe que chora
Só quem não tentou voar, não sabe como dói ir embora
Mas tento manter o otimismo mesmo, todo dia
Dois jovens sem estrutura tendo filho em pandemia
Minha vida ilusionista e dizem que isso é boemia
Eu entreguei tudo que eu tinha pra viver essa porcaria
Sem hipocrisia, sem demagogia
Quantos com a minha idade, não aproveitaria?
Quantos com a minha história, não se entregaria?
Eu aceitei que a vida é triste e que, às vezes, temos alegria
Temos ousadia, sem sabedoria
Quantos na minha pele não aguentaria?
Quantos com outra pele morrem todo dia?
Só por melanina, só melancolia
Deus olhai por nós e guia
Eu já não aguento essas neuroses, governo que odeia pobre
Diabo matando por que tá de farda
Não tô com saco pra esses manos meio esnobe
Que acha que a fama é o foco, com o ego maior que a raça
Eu não a tirei carteira de habilitação
Mas eu ouvi ‘Um Barril de Rap’ e me lembrei que a vida é loka
Eu não te dei um pedaço do meu coração
Meu coração tava em pedaços, cansado tirei sua roupa
Atravessei São Paulo pra te ver pelada
Pra te ter inteira
Eu precisava de um Band-Aid mermo
É fácil quando tá prateleira
Pra te ver pelada
Pra te ter inteira
Eu precisava um Band-Aid mermo
É fácil quando tá prateleira
Eu já não sei de nada tem alguns anos
Quanto tempo já perdi pros meus danos?
Afogo mágoas, noites rasas, Buchanas
Eu odeio os bacanas, não entendem meus planos
Não entendem o ódio dos suburbanos
Porque subimos e porque ostentamos
Pergunta por qual caminho nós chegamos
Veja que nós vencemos porque acreditamos
Me corrompi quando eu cedi um abraço pra arrogância
Nós cresce sem ninguém saber dos traumas da sua infância
E agora que esses traumas refletem numa criança
Vai ser difícil, é um fato, dinheiro traz segurança
Mas quem foi que tirou meus problemas dessa balança?
Eu fiz um som de merda e essa merda pagou minhas contas
Ninguém olha pro espelho, pois sabe que desaponta
Ver a verdade nua na rua se a vida é outra
Por vezes, eu pensei no fim, mas o fim não é saída
Às vezes, eu pensava em ti, às vezes, recaída
Às vezes, era complicado ter a fé mantida
Se der espaço na fraqueza, ela te castiga
Se der espaço pra impureza, ela te instiga
Se se só olhar a beleza, ela te mastiga
Ela te tritura, viva a vida crua
Eu vi nos olhos do meu filho a inspiração mais pura
Eu atravessei São Paulo pra te ver pelada
Pra te ter inteira
Eu precisava de um Band-Aid mermo
É fácil quando tá prateleira
Pra te ver pelada
Pra te ter inteira
Eu precisava um Band-Aid mermo
É fácil quando tá prateleira
Este é o nome artístico de Eduardo da Silva, um rapper brasileiro que completa 27 anos hoje. Nascido em Avaré, interior de São Paulo, em 12 de setembro de 1995, ele se destaca como uma figura brilhante em sua geração, trazendo letras envolventes mesmo em tempos difíceis.
Desde cedo, começou a se destacar na internet, principalmente na época em que os gamers já exploravam o YouTube. Ele menciona que algumas pessoas o seguem desde os tempos do Point Blank. Seu nome artístico, uma fusão de seu nickname de gamer “DS” com a influência do rapper norte-americano Russ, reflete suas múltiplas referências musicais, que vão além do rap e incluem traços do rock em sua arte.
Os primeiros trabalhos dele são um pouco incertos, pois alguns projetos foram deletados de seu canal. Indícios apontam que ele começou a lançar músicas no YouTube em 2013, sendo “O X da questão” possivelmente seu EP de estreia.
O rapper teve uma trajetória marcante durante os anos de 2017 e 2018, período em que o rap estava em transição e o trap estava ganhando espaço. Ele se destacou com o sucesso de “Kurt Cobain” e lançou seu segundo trabalho, o álbum ‘Auto-Retrato’, em parceria com a UCLÃ. O projeto apresentava faixas profundas e belas, sendo “Ladrão de Lágrimas” um destaque especial.
A partir desse momento, ele passou por uma metamorfose em sua carreira. Após se juntar à UCLÃ, sua música ganhou uma nova versão, com mais segurança, evolução em seu flow e postura. Ele colaborou em diversos trabalhos icônicos, como “Eu Odeio Cypher” com Derek e “Oscar Freire” com Kant.
O artista sempre manteve um equilíbrio entre seus projetos solos e suas colaborações com a UCLÃ. Em seu EP Acústico, lançado em seu canal, reuniu grandes faixas de projetos anteriores, como “Kurt Cobain” e “Ladrão de Lágrimas”. Sua arte continuou evoluindo e se transformando ao longo dos anos.
Em 2019, lançou “João de Barro” e o projeto ‘Entre o Céu e o Esgoto’, que mostravam um lado mais introspectivo e sincero do artista. Nesse período, ele enfrentava desafios pessoais e buscava viver sua paixão pela música. Ele encerrou essa fase com a poderosa faixa “Gangorra”.
O cantor também se destacou por sua habilidade em transmitir emoções e contar histórias através de suas letras. Suas músicas abordam questões pessoais, sociais e políticas, mostrando sua capacidade de reflexão e engajamento com o mundo ao seu redor.
Com seu talento e dedicação à sua arte, ele conquistou um público fiel e admiradores em todo o país. Hoje, é reconhecido como um dos artistas mais promissores e inovadores de sua geração, elevando o nível do rap brasileiro e deixando sua marca na indústria musical.
Informações sobre a música Atravessei São Paulo
Artista: Duzz Álbum: Single Compositores: Eduardo Duzz Gênero: Rap / Hip Hop Data de lançamento: 2023 Vídeo oficial postado no YouTube em: 27 de fevereiro de 2023
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